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Transtorno do Espectro Autista X Isolamento social

12 de Maio de 2020

Sabemos da importância e a necessidade de uma rotina para indivíduos com o Transtorno do Espectro Autista. A rotina lhes transmite uma sensação de segurança e conforto para lidar com muitos estímulos e demandas do cotidiano. Quando essa rotina, por algum motivo, é interrompida, eles se sentem frustrados, o que gera uma sensação quase insuportável de ansiedade. Isso porque eles são muito sensíveis e resistentes a qualquer sinal de mudança. Quando se deparam com novos estímulos tendem a se desestabilizar e se desorganizar mentalmente, podendo leva-los à comportamentos difíceis e até agressivos. Com o isolamento social todas as atividades e terapias importantes para o desenvolvimento das habilidades sociais, emocionais e comportamentais do indivíduo com TEA são interrompidas, sua rotina é quebrada. Essa mudança pode impactar negativamente a vida de crianças com o TEA, se uma nova rotina não for rapidamente adaptada para esse momento.

Mas como fazer para adaptar essa nova rotina?

  •  A primeira coisa a fazer é conversar “olho no olho” com a criança e explicar de forma apropriada com a idade e compreensão desta, usando, se necessário, estímulos visuais, gestuais para que ela entenda o que está acontecendo e o porquê sua rotina precisou ser alterada temporariamente.
  •  O próximo passo é reorganizar a nova rotina e explicar como será a sequência das atividades durante o dia. Pode-se, e é recomendável dar um aspecto visual a essa nova organização. Faça um quadro, um painel com fotos das atividades dessa rotina adaptada. Importante seguir diariamente essa rotina temporária, com horários e dias estabelecidos para que a criança se habitue rapidamente. Cumpra a organização, não quebre a nova rotina.
  •  Seja criativa! Lembre-se que atividades psicomotoras e sensoriais são de extrema importância para eles, que precisam se movimentar e gastar energia. Promova atividades mais lúdicas e que seja uma oportunidade para estimular e motivar as crianças á aprender. Dê preferência primeiramente a atividades em que elas consigam executar com mais facilidade, depois aos poucos, as atividades mais complexas. Busquem suporte e orientações de profissionais para que consigam replicar em casa parte das terapias que estão acostumados a fazer.
  •  Importante você estar tranquila e positiva para ajudar o seu filho a se sentir seguro. Cuide também do seu bem estar físico e emocional. É normal nos sentirmos desestabilizadas emocionalmente nesse momento, pois ficamos sobrecarregados e ansiosos também com toda demanda que resulta de um isolamento social abrupto. Por isso busque um sistema de suporte, com profissionais de saúde, professores, grupos de apoio, para que você consiga se adaptar e sentir-se mais segura para ajudar seu filho nesse momento.