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A importância da Regulação Emocional

3 de Novembro de 2023

Você consegue se autorregular emocionalmente frente aos desafios da vida; lidar com as experiências, processar suas emoções, ter estratégias de enfrentamentos, variando conforme contexto e situação? Consegue identificar quando precisa parar; respirar, observar seus pensamentos, eliminar distorções cognitivas para ter comportamentos mais funcionais?  

A regulação das emoções é um processo importante para a vida em sociedade. Vivemos as emoções diariamente, na maioria das vezes de forma automática, transitória e difíceis de percebê-las. Saber lidar com as experiências, gerenciar e processar as emoções de forma mais funcional se torna imprescindível para nosso desenvolvimento e adaptação ao mundo.

 

Aprender a regular as próprias emoções deve acontecer durante a infância e adolescência, pois uma parcela da socialização humana está relacionada com a capacidade de treinar uns com os outros, começando pelo âmbito familiar. Com isso, são os pais, que inicialmente, desempenham papel central no desenvolvimento das reações emocionais dos filhos.

 

Estudos recentes, dentro da teoria biossocial, considera que duas variáveis (ambiente e vulnerabilidade biológica), reforçadas mutuamente ao longo do desenvolvimento contribuem para o surgimento da desregulação emocional, sendo esta um fator central para o desenvolvimento e manutenção de psicopatologias (LINEHAN, 2010).

 

Vulnerabilidade emocional combinados com experiências invalidantes ou estressoras, principalmente nas fases iniciais da vida, promovem dificuldades em relações afetivas, familiares, no desempenho acadêmico e profissional, além de causar prejuízos no convívio social (LINEHAN, 2010).

 

Crianças emocionalmente vulneráveis em ambiente, cujo cuidador, sistematicamente, negligencia suas respostas, responde de forma inapropriada e errática a comunicação de seus comportamentos privados ficam mais propensas à desregulação emocional. São incapazes de regular a ativação/excitação emocional intensa, possuem distorções cognitivas e falhas no processamento da informação, resultando em dificuldade em rotular, identificar e lidar com experiências; nomear emoções e afetos, exagerando nas respostas emocionais, mostrando controle insuficiente de comportamentos impulsivos relacionados a fortes emoções positivas e negativas.

Desta forma, o ambiente fomenta esse padrão de funcionamento, aumentando a probabilidade de desenvolver transtornos.

 

Promover estratégias de compreensão e gerenciamento das emoções ajuda desenvolver aptidões emocionais com modos de enfrentamento mais funcionais, reduzindo o sofrimento e aumentando a resiliência emocional.

 

A regulação emocional tem um papel importante no amplo desenvolvimento do individuo, ajuda nos a desenvolver habilidades que favoreçam o manejo adequado de nossas emoções, aquisição de comportamentos e estratégias de resolução de problemas mais funcionais, refletindo em um bom prognóstico de saúde mental na fase adulta.